08.11.2021

FES Brasil e parceiros realizam o primeiro ciclo dos Seminários Cultura e Democracia

Os seminários acontecem nas manhãs de 08 a 19 de novembro e contam com a participação de renomados especialistas nacionais e internacionais, como Ailton Krenak, Domenico De Masi e Marilena Chauí.

Não é novidade que o Brasil vive um período desafiador para a Cultura e a Democracia. Como forma de debater as diversas frentes que estão sendo atacadas, três importantes organizações se uniram e realizam, de 8 a 19 de novembro, o evento Seminários Cultura e Democracia de forma online, gratuita e interativa. 

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Organizado pelo Instituto Cultura e Democracia, pela Fundação Friedrich Ebert (FES) Brasil e pela Fundação Perseu Abramo, os Seminários Cultura e Democracia estão divididos em três ciclos de debates que serão distribuídos em nove manhãs. 

Para Juca Ferreira, sociólogo, ex-ministro da Cultura e presidente do Instituto Cultura e Democracia, após a pandemia o setor cultural deverá conviver com ações presenciais e virtuais, mas é importante que o governo ofereça condições para isso, como a democratização do acesso à cultura, digitalização de acervos para promover novas formas de acesso à informação, leitura e ao patrimônio cultural. 

“Queremos mostrar que podemos reconquistar a possibilidade de ter um futuro. O Brasil nunca teve estabilidade democrática, muito menos democracia para todos. Toda vez que a democracia começa a funcionar para novos grupos sociais, o processo é interrompido. O acesso à cultura e o respeito à diversidade cultural são primordiais para o fim da alienação e para a criação de uma base cultural e de um nível de consciência que levarão ao fortalecimento da democracia, a partir de visões de mundo e valores de justiça social e de igualdade. A cultura pode fortalecer a coesão social, além de ser importante ativo para a recuperação econômica”, afirma ele.

O evento, que debaterá temas de grande relevância para toda a sociedade, convida os participantes a refletirem a respeito do atual momento da crise brasileira e a pensarem juntos em alternativas e saídas para superar esses desafios. Entre os assuntos que conectam a cultura à democracia estão: direitos sociais, representatividade, equidade de gênero, luta antirracista, diversidade, respeito às diferenças religiosas, sustentabilidade, justiça socioeconômica, entre outros.

“Temos um governo que declarou guerra à cultura, destruindo instituições e políticas públicas do setor. Tudo isso com o objetivo de restabelecer um ambiente ditatorial para acabar com a garantia de direitos e liberdade que a cultura propõe e vem conquistando desde a década de 1970. Além disso, a pandemia trouxe diversos novos desafios para o setor, que viu suas atividades paralisadas. Não há saída com Bolsonaro presidente, pois estamos falando de uma gestão negacionista. Portanto, o primeiro gesto que o próximo governo poderá fazer como algo extremamente simbólico é reconstituir o Ministério da Cultura (sob Bolsonaro virou Secretaria Especial da Cultura, dentro do Ministério do Turismo). E, a partir disso, elaborar políticas públicas de reconstrução e de inovação da cultura no Brasil”, acredita Juca Ferreira.

Dentro da programação estão outros diversos intelectuais, ex-ministros brasileiros, especialistas nacionais e internacionais, artistas e fazedores de cultura. São pessoas que pensam e atuam nos setores acadêmicos, institucionais, sociais e políticos e vão contribuir a partir de reflexões relevantes que têm o poder de transformar realidades, inspirando as novas gerações. 

Entre os nomes da programação, estão: Sabina Orellana – ministra da Cultura da Bolívia; Domenico De Masi – sociólogo e escritor italiano; Marilena Chauí – filósofa e professora da USP; Tarso Genro –  advogado e ex-ministro da Justiça; Renato Janine Ribeiro – professor da USP e ex-ministro da Educação; Gilberto Gil – cantor, compositor e ex-ministro da Cultura; Ailton Krenak – líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena crenaque; Bianca Santana – jornalista, escritora, doutora em Ciência da Informação pela USP e diretora-executiva da Casa Sueli Carneiro; Vilma Reis, socióloga e ativista brasileira, defensora dos direitos humanos, das mulheres, negros e LGBTs; e Nilma Lino Gomes – pedagoga, ex-ministra do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos. 

>> Acesse a lista e minibiografia de todos palestrantes. 
 

Os Seminários Cultura e Democracia serão transmitidos em tempo real pelo Youtube no Canal da Fundação Perseu Abramo, pela Midia NinjaFundação  Friedrich Ebert - Brasil e pelo canal Seminários Cultura e Democracia, além de retransmissão em horário noturno na TV Fórum. O público poderá interagir, via chat e ao final de cada Seminário com perguntas e respostas para as convidadas e convidados.

Seminários Cultura e Democracia

Quando: 8 a 19 de novembro 

Horário: período da manhã (Entre 9h30 e 12h)

Onde: transmissão ao vivo no Canal da Fundação Perseu Abramo no Youtube. 

Mais informações: http://www.culturaedemocracia.com.br/ 

Programação completa: https://culturaedemocracia.com.br/programacao/