Política Externa e (In)Segurança Alimentar no Brasil
A alimentação encontra-se no centro dos debates sobre desenvolvimento e sustentabilidade em todo o mundo. No Brasil, segundo maior produtor mundial de alimentos, trata-se de um tema fundamental. Os dois sistemas de produção agroalimentar presentes no Brasil – corporativo e agroecológico – representam modelos diferentes de se pensar e se organizar a produção no sistema capitalista. O primeiro se baseia no uso intensivo de agrotóxicos e no emprego de espécies transgênicas, além de ocasionar a concentração de renda e da propriedade da terra, a migração campo-cidade, e diversos outros efeitos negativos sob aspectos sociais, econômicos, ambientais, políticos e culturais. O segundo refere-se ao à produção agrícola com base em ecossistêmica, tendo como base as dinâmicas e características do território.
O Brasil passou nos últimos 15 anos por um amplo processo de redução da pobreza e das desigualdades sociais, tendo os programas de combate à fome como precursores deste processo. Essa experiência brasileira se tornou modelo e tem sido disseminada em diversos países. No entanto, esses avanços, desde o impeachment da presidenta Dilma, vêm sendo continuamente solapados.
Nesse sentido, a Fundação Friedrich Ebert - Brasil (FES) e o Núcleo de Estudos Estratégicos em Democracia, Desenvolvimento e Sustentabilidade (NEEDDS/UFABC) organizaram no dia 05 de junho de 2017, no Auditório 002 do Campus de São Bernardo do Campo da UFABC o primeiro debate do ciclo “Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional”, cujo tema foi “Política Externa e (In)Segurança Alimentar no Brasil. Neste debate contamos com a presença de Milton Rondó (MRE), Marcos Lopes Filho (ex-CGFOME/MRE) e Tatiana Berringer (UFABC) e do lançamento do paper “Política Externa e Democracia: a construção de novos paradigmas em segurança alimentar e nutricional”, escrito por Milton Rondó e Marcos Lopes.
