Conferência debate transição justa no Brasil

Entre os dias 1º e 4 de setembro, o Rio de Janeiro sedia a 4ª Conferência de Transformação Energética na América Latina, com o tema “Os processos de transição justa no Brasil”. O encontro reúne especialistas, representantes sindicais, pesquisadores e organizações sociais para debater os avanços, desafios e perspectivas da região diante da crise climática e da necessidade de uma transição energética socialmente justa. 

Organizada pelo Centro Regional de Transformação Social-Ecológica da Fundação Friedrich Ebert (FES), em parceria com o DIEESE e o INEEP, a conferência conta com a participação do Observatório de Políticas de Transformação Energética na América Latina e Caribe, e destaca o papel central do Brasil, que além de abrigar parte significativa da Amazônia, será sede da COP30, em novembro de 2025, em Belém (PA). 

Ao longo dos quatro dias, estão em pauta temas como a geopolítica da energia, os avanços e entraves das políticas públicas brasileiras, o impacto das energias renováveis na região e o papel dos sindicatos de setores como petróleo, eletricidade, metalurgia e mineração.

“Discutir a transição energética hoje significa pensar não apenas em novas matrizes energéticas, mas em processos que sejam socialmente justos e que incluam trabalhadores e comunidades afetadas”, destaca Gonzalo Berrón, diretor de projetos da FES Brasil.

Os sindicatos têm papel central nos debates, apresentando perspectivas sobre os efeitos da transição energética nos trabalhadores e nas diferentes cadeias produtivas. Em paralelo, representantes de comunidades impactadas por grandes projetos energéticos, incluindo a agricultura familiar e movimentos sociais, compartilham experiências e desafios, reforçando a necessidade de incluir todos os atores afetados nos processos de decisão e na formulação de políticas públicas.

A conferência também funciona como espaço preparatório para a COP30, que será um marco na participação da sociedade civil latino-americana nos debates climáticos globais. Para Mariana Blanco, coordenadora do Centro Regional TSE da FES, “fortalecer o diálogo entre governos, sindicatos, movimentos sociais e academia é essencial para que a transição justa seja uma realidade e não apenas um discurso”.