Crise da Democracia e Extremismos de Direita

As causas dos processos de reorganização de grupos conservadores e/ou de direita são múltiplas e nunca poderiam ser reduzidas a uma variável unidimensional. No caso do Brasil, existem fatores que incidem na instabilidade democrática nacional e favorecem a organização social e política das direitas brasileiras, ajudando assim a entender como a crise política deixa espaço à penetração dessas novas direitas.

Como fatores temos o processo de um impeachment ilegítimo no Brasil que levou a uma ruptura dramática na estabilidade institucional. Uma anomia política que se instaurou no cotidiano, levando a uma degradação muito rápida e a uma perda de confiança das bases representativas da sociedade brasileira. Altas taxas de desemprego e aumento da vulnerabilidade e precariedade para amplas camadas populacionais foram fatores que potencializam o desgaste no tecido social. Por outro lado, os abusos de um judiciário hiperinflacionado e militante, que extrapola suas funções e invade o equilibro de poderes judicializando a política, e as dinâmicas lavajatistas da justiça penal do espetáculo, numa luta moralista, populista e punitiva contra a corrupção e que não respeita as garantias penais, transformam-se em importantes fatores de risco antidemocrático.

Neste sentido, a Fundação Friedrich Ebert (FES) e a Tapera Taperá lançam no dia 03 de julho a Análise “Crise da Democracia e extremismos de direita”, escrita por Esther Solano, que busca entender o crescimento das novas direitas brasileiras, especialmente da extrema direita mais antidemocrática, simbolizada no pensamento do deputado Jair Bolsonaro.

O debate acontecerá no dia 03 de julho de 2018, às 19 horas, na Tapera Taperá e contará com a presença de Esther Solano, autora da pesquisa; Maria Cristina Fernandes, colunista de política do Valor Econômico e Luis Felipe Miguel, professor da UnB e autor do recente “Dominação e Resistência”, pela Boitempo.