Os artigos devem ser inéditos e enviados até 20 de agosto
O projeto Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo, e a FES-Brasil, abrem chamada pública para seleção de capítulos que serão publicados no livro Periferias no Plural, a ser editado em formato digital. Serão escolhidos 15 textos que comporão a obra.
Os artigos devem ser inéditos. O prazo para envio começa no dia 20 de junho e se encerra no dia 20 de agosto. Quem quiser participar deve enviar os artigos para o endereço periferias(at)fpabramo.org.br.Para conhecer melhor a proposta e os critérios desta chamada pública, acesse a íntegra da chamada pública, aqui.
Os artigos devem ser inéditos. O prazo para envio começa no dia 20 de junho e se encerra no dia 20 de agosto. Quem quiser participar deve enviar os artigos para o endereço periferias(at)fpabramo.org.br.
Para conhecer melhor a proposta e os critérios desta chamada pública, acesse a íntegra da chamada pública, aqui.
Sobre a proposta
O livro celebra os cinco anos do projeto Reconexão Periferias e busca trazer uma perspectiva abrangente sobre a ideia de periferia. As redes, conexões e produções desse projeto trouxeram múltiplos olhares e experiências de territórios periféricos, deixando evidente que a noção de periferia precisa ser pluralizada e trabalhada de forma mais ampla. A partir de um mapeamento de mais de 800 movimentos sociais e coletivos das periferias de todas as unidades da federação brasileira, constataram-se experiências diversas que encontram na noção de "periferia" uma identidade comum, desde as várias formas de organização e temas mobilizados, como:
coletivos artísticos culturais; organizações religiosas (matriz africana, católicas e protestantes); federações, sindicatos, associações e cooperativas de trabalhadores; coletivos políticos; fóruns temáticos; redes, comitês temáticos e campanhas temáticas; ligas temáticas; marchas temáticas; grupos de hip-hop; batalhas de MCs; saraus; slams; bailes funk; bandas; cinema e audiovisual; centros de cultura popular; ateliês artísticos; casas de cultura; circo; coletivos de mídia alternativa e comunicação; feiras; grupos de economia criativa; empreendedorismo de quebrada; núcleos de estudos e pesquisa; coletivos de inclusão tecnológica; grupos de defesa dos direitos das crianças e adolescentes; grupos de familiares vítimas de violência; casas de acolhimento; institutos; ONGs; fundações; centros de defesa de direitos; incubadoras de negócios; comunidades e povos tradicionais (quebradeiras de coco; indígenas; quilombolas; pescadores; jongueiras; etc.); agricultura familiar; movimento negro; movimento de mulheres negras; movimento de mulheres; coletivos feministas; movimentos de juventude; movimentos de pessoas em situação de rua; movimentos de moradia; blocos de carnaval; associações de bairro; grupos de promoção à saúde; grupos de educadores; movimentos pelo direito à educação; escolas de formação; organizações de redução de danos; antiproibicionistas; cursinhos comunitários; etc.
Ao olhar para este mosaico, as narrativas e perspectivas dos grupos pertencentes ao Mapeamento de Movimentos Sociais e Coletivos das Periferias Brasileiras, a ideia de periferia não representa apenas a condição georreferenciada, de estar em território distante na cidade, estado ou país, ou àqueles aglomerados urbanos e pauperizados das grandes cidades, mas também à condição de estar à margem dos espaços de tomada de decisão e à margem de espaços e direitos como lazer, educação, segurança e outros. Consequentemente, estar na periferia implica as condições de vida dessa população. E o que define a posição periférica são as relações de poder que estabelecem fronteiras e condições desiguais tanto entre territórios diferentes como também dentro do mesmo território, e que criam padrões normativos que nomeiam e posicionam determinados grupos como os sujeitos privilegiados ou subalternos que ocuparão ou não posições estratégicas em relação às instituições que determinam os rumos da vida em sociedade. Neste sentido, a periferia não se desenha somente pela distância territorial, mas pela distância que se tem dos espaços de poder que podem ou não garantir dignidade e direitos fundamentais.
Se, por um lado, o senso comum sobre periferia tem como base o espaço geográfico e a ausência de recursos fundamentais, por outro, as atrizes e os atores políticos que se reconhecem como provenientes desse tipo de território cada vez mais erguem a voz (hooks, 2019) para falar de experiências, vivências, concepções e potências, e assim propor sua própria agenda política. Mesmo que o imaginário social em torno da periferia ainda seja majoritariamente caracterizado a partir da pobreza, privação, do sofrimento e da expressão de fragilidade, é preciso enxergar o que os próprios sujeitos já dizem sobre ela: as periferias vivem um movimento contínuo de transformações, caracterizado por ação, resistência, lutas e conquistas. Portanto, é preciso levar em consideração os desafios, as ausências e os problemas, mas também, e principalmente, os modos de enfrentamento a esses desafios que têm sido vistos como potencialidades dentro desses territórios.
Ao reconhecer as elaborações sobre as periferias de grupos que se posicionam como periféricos e que as apresentam como potentes e resistentes, outro movimento necessário, realizado por nosso projeto e almejado neste livro, é a ênfase sobre as periferias no plural, considerando que os processos sociais que excluem, bem como os que criam a reação, são múltiplos.A partir disso, abrimos essa chamada pública para o livro "Periferias no plural". Serão contemplados 15 manuscritos, em formato de capítulo, com noções diversificadas sobre as periferias, sejam brasileiras ou globais.
Como participar
Os trabalhos devem ser enviados entre 20/06/2022 a 20/08/2022 para o e-mail periferias(at)fpabramo.org.br, em formato word, com o título do e-mail e do arquivo sendo “Periferias no plural - nome do autor ou autora - título do eixo no qual se enquadra o artigo”. Também devem ser inseridos no corpo da mensagem os contatos do autor ou autora.
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